quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Poema sem eira nem beira

Nossa mente sempre em ação Nem tão exato, os anseios De um coração Soque quando ele parar de errar e de bater na Terra não irei mais viver Também não quero que ele pare de amar seria o mesmo que me matar morreria da falta de amor pois aprendo com a dor e agradeço o que apreendi A vida é cheia de esperança Não preciso de vingança Colho o que planto Atraio o que transmito Não vou te dar o troco Preciso de paz no meu espírito Não perco tempo me vingando Gasto tempo vigiando Se tiver que vingar Que vingue uma semente E que mais uma vida Esteja contente Nesse mundo de horror

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Palavras de um pensador admirável: Albert Einsten

COMO VEJO O MUNDO Minha condição humana me fascina. Conheço o limite de minha existência e ignoro porque estou nessa terra, mas as vezes o pressinto. Pela experiência cotidiana, concreta e intuitiva, eu me descubro vivo para alguns homens, porque o sorriso e a felicidade deles me condicionam inteiramente, mas ainda para outros que, por acaso, descobri terem emoções semelhantes as minhas. E cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida- corpo e alma - integralmente tributária do trabalho dos vivos e dos mortos. Gostaria de dar tanto quanto recebo e não paro de receber. Mas depois experimento o sentimento satisfeito de minha solidão e quase demonstro má consciência ao exigir ainda alguma coisa de outrem. Vejo os homens se diferenciarem pelas classes sociais e sei que nada as justifica a não ser pela violência. Sonho ser acessível e desejável para todos uma vida simples e natural, de corpo e de espírito Recuso-me a crer na liberdade e neste conceito filosófico. Eu não sou livre, e sim as vezes constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes por convicções íntimas. Ainda jovem, fiquei impressionado pela máxima de Schopenhauer: " O homem pode, é certo, fazer o que quer, mas não pode querer o que quer"; e hoje, diante do espectáculo aterrador das injustiças humanas, esta moral me tranquiliza e me educa. Aprendo a tolerar aquilo que me faz sofrer. Suporto então melhor meu sentimento de responsabilidade. Ele já não me esmaga e deixo de me levar, a mim ou aos outros, a sério demais. Vejo então o mundo com bom humor. Não posso me preocupar com o sentido ou a finalidade de minha existência, nem da dos outros, porque, do ponto de vista estritamente objectivo, é absurdo. E no entanto, como homem, alguns ideais dirigem minhas acções e orientam meus juízos. Porque jamais considerei o prazer e a felicidade como um fim em si e deixo este tipo de satisfação aos indivíduos reduzidos a instintos de grupo. Em compensação, foram ideais que suscitaram meus esforços e me permitiram viver. Chamam-se o bem, a beleza, a verdade. Se não me identifico com outras sensibilidades semelhantes a minha e se não me obstino incansavelmente em perseguir este ideal eternamente inacessível na arte e na ciência, a vida perde todo o sentido para mim. Ora, a humanidade se apaixona por finalidades irrisórias que têm por nome a riqueza, a glória, o luxo. Desde moço já as desprezava. Tenho forte amor pela justiça, pelo compromisso social. Mas com muita dificuldade me integro com os homens e em suas comunidades. Não lhes sinto a falta porque sou profundamente legado ao Estado, á pátria, a meus amigos, a minha família no sentido completo do termo. Mas meu coração experimenta, diante desses laços, curioso sentimento de estranheza, de afastamento e a idade vem acentuando ainda mais essa distância. Conheço com lucidez e sem prevenção as fronteiras da comunicação e da harmonia entre mim e outros homens. Com isso perdi algo da ingenuidade ou da inocência, mas ganhei minha independência. Já não mais firmo uma opinião, um hábito ou um julgamento sobre outra pessoa. Testei o homem. É inconsistente.